por Sofia Magalhães Pires, Profile in
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Todos os anos janeiro começa, como é natural em qualquer início, cheio de esperança! A maioria das empresas certamente fechou 2018 a dar os últimos retoques à estratégia para 2019, passou objetivos e aprovou recursos ou orçamentos, num ritual que todos os anos se repete. Em janeiro está tudo em marcha e tudo é possível. Agora, no final do primeiro mês de 2019, e porque ainda nos restam 11 meses pela frente é interessante refletirmos sobre este ritual de final de ano. Todos os anos fazemos isto e, todos os anos, em muitas empresas, a equipa de gestão reúne, revê a estratégia, (re)define objetivos e diz “este ano é que é”… “este ano tem que ser”… Passam-se mensagens às equipas e terminamos o ano cheios de entusiasmo: “agora é que vai ser”, repetimos em uníssono! E depois… depois o dia a dia atropela-nos. Depois… depois um ano passa num piscar de olhos… chegamos ao final de ano e pensamos: “mas fizemos tudo bem! Definimos objetivos, metas, comunicámos às equipas,… Onde falhámos afinal?” Falhámos na EXECUÇÃO! Em “The 4 disciplines of execution: achieving your wildly important goals”, Chris Chesney e Jim Huling referem e explicam precisamente que o maior desafio da gestão de topo não é definir a estratégia, mas sim fazer com que as pessoas executem o plano com o nível de excelência necessário. Então, porque falha a execução? De acordo com estes autores existem 4 razões fundamentais para a falha da execução estratégica: 1. Demasiados objetivos importantes 2. Definição de boas métricas tardias, em vez de estimularem métricas de orientação (que fomentem comportamentos) 3. Têm um quadro de resultados feito para os líderes, não para os “jogadores” 4. Não apontam dedos uns aos outros
Mas em que se traduz cada uma destas 4 razões para falharmos a execução? 1. Demasiados objetivos importantes Quando tentamos fazer tudo ao mesmo tempo, provavelmente acabamos a fazer nada. Se passamos à equipa 10 prioridades estratégicas, além do business as usual, dificilmente se conseguirão focar. Uma estratégia é uma escolha e devemos manter o compromisso com a escolha que fizemos. Primeiro desafio: MANTER O FOCO.
2. Definição de boa métricas tardias, em vez de estimular métricas de orientação - que fomentem comportamentos Estabelecemos métricas de objetivos, mas o objetivo só será atingido no final do ano… Ou seja, só no final do ano teremos a avaliação com as métricas definidas. E aí só nos resta olhar para o passado. Então, o que devemos fazer? Segundo desafio: CRIAR INDICADORES DE ORIENTAÇÃO Ex. Se um dos objetivos estabelecidos para a empresa é entrar em novos canais de distribuição, um indicador a acompanhar será o número de contactos feitos nos novos canais a abordar. Ainda que este indicador, ou esta métrica, possa, ou não, traduzir-se em negócio efetivo, é sem dúvida um driver para o objetivo pretendido e como tal deve ser medido para sabermos se estamos com a orientação certa… e, se não estivermos, irmos a tempo de a corrigir antes do final do ano, em que vemos o resultado final.
3. Têm um quadro de resultados feito para os líderes, não para os “jogadores” Um alto nível de desempenho vem de pessoas emocionalmente envolvidas. Se os membros da equipa não conhecem ou não percebem o que é ganhar ou perder, ou seja, se os resultados / objetivos não são traduzíveis para quem no dia a dia leva à execução, será muito mais difícil obter o desempenho máximo da equipa. Terceiro desafio: TRADUZIR OS OBJETIVOS PARA QUEM OS VAI EXECUTAR
4. Não apontam dedos uns aos outros A responsabilidade não é algo negativo. Uma empresa é um ecossistema… dependemos uns dos outros e se cada um não fizer aquilo que se comprometeu a fazer, essa peça vai colocar em causa toda a engrenagem. Precisamos de saber que trabalhamos com pessoas fiáveis e de ter o espaço e a confiança de falar e responsabilizar no timing devido quando tal não acontece. Quarto desafio: FOMENTAR A DISCIPLINA E RESPONSABILIZAÇÃO
Em suma, para levarmos os objetivos estratégicos a bom porto devemos ter em mente 4 desafios fundamentais para qualquer gestor: 1. Foco - uma estratégia é uma escolha; 2. Fomentar comportamentos através de indicadores de orientação; 3. Descomplicar e traduzir os objetivos para cada player da equipa; 4. Rigor, disciplina e responsabilização.
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